quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Audiência pública e caminhada marcam o Dia das Quebradeiras de Coco Babaçu na região do Médio Mearim.


“Estamos aqui hoje não para comemorar, somente. Mas, para reivindicar e lutar por nossos direitos. Sem luta, não estaríamos aqui hoje. E um desses direito é a educação contextualizada do campo”, afirmou Maria das Dores Vieira Lima (Dora), quebradeiras de coco babaçu e presidente da Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Lago do Junco e Lago dos Rodrigues (AMTR), durante audiência pública em comemoração ao dia 24 de setembro, Dia Estadual das Quebradeiras de Coco Babaçu, na região do Médio Mearim no Maranhão. 

O dia também foi marcado por uma caminhada pelas ruas do município de lago do Junco/MA.


Na pauta de demandas das quebradeiras de coco babaçu também entrou a defesa da palmeira de babaçu, o acesso livre aos territórios, além de denúncias de agressões por desmatamentos e o uso demasiado de agrotóxicos. 

Ao final da audiência, foi assinado um documento assinado por todas as entidades e organizações presentes com as demandas prioritárias das quebradeiras de coco babaçu para ser entregue às autoridades municipais de Lago do Junco. Entre as demandas principais contidas no documento, está a inserção da disciplina de agroecologia nos currículos das escolas do campo como forma de preservação da história do modo de vida das comunidades tradicionais.


“Queremos uma educação contextualizada que insira nos currículos escolares o meio em que vivemos que é a agroecologia, o extrativismo do babaçu, a defesa dos babaçuais, preservando assim a história de vida das comunidades tradicionais”, disse Dora.  
Após a audiência pública, as quebradeiras de coco babaçu saíram em caminhada pelas ruas de Lago do Junco/MA com reflexões e protestos contra as derrubadas e envenenamento de palmeiras de babaçu na região e também pelas perdas de direitos na educação. 


As atividades em comemoração pelo Dia Estadual das Quebradeiras de Coco Babaçu foram organizadas pela AMTR em parceria com diversas organizações como Associação em Áreas de Assentamentos no Estado do Maranhão (Assema), Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (Miqcb), a Associação de Jovens Rurais (AJR), a Cooperativa de Pequenos Produtores de Lago do Junco (Coppalj), entre outras, além de sindicados de trabalhadores e trabalhadoras rurais e escolas famílias agrícolas.


O Dia Estadual das Quebradeiras de Coco Babaçu foi instituído pela Lei n° 102/2011. A quebra do coco babaçu é uma atividade extrativista na forma tradicional. Até a década de 80 não existia nenhuma expressão política, embora a atividade tivesse importância econômica.


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