Ela trouxe mais uma vida para o irmão dela, disse a mãe sobre o nascimento da filha que, segundo os médicos, ela não poderia ter. Medula era 100% compatível para o transplante.
Ainda no quarto de hospital em Curitiba, a foto mostra o pequeno Yuri Veloso Lezcano, de 6 anos, com a máscara do herói preferido: o Capitão América.
Na história em quadrinhos (HQs), o soldado tinha caráter e coragem, mas não era forte o suficiente para enfrentar uma guerra. Isso mudou quando ele aceitou fazer parte de uma experiência científica, em que o transformam em um supersoldado.
Mas a família de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, explicou que nesta jornada de “menino herói”, a maior força da criança chegou com uma pequena heroína.
A irmã Ysadora Veloso Lezcano, de 1 anos e 8 meses, ajudou a salvar a vida do garoto quando doou o sangue do cordão umbilical para o transplante de medula óssea.
A prova disso ficou na lembrança da mãe, em uma conversa após o transplante:
“‘Mãe, o sangue da irmã agora tá em mim?’ Sim filho, respondi. Toda hora ele falava: ‘a minha irmã trouxe vida para mim. Eu amo a minha irmã’.”
Longe das HQs que o menino adora, a mãe encontrou na realidade os melhores presentes. Adriana Veloso pôde ver o nascimento da filha, depois de exames mostrarem que ela não poderia mais engravidar.
Ela sabia que se o filho tivesse um irmãozinho, a criança poderia ser compatível para o transplante de medula óssea. Então, não houve dúvida. Quando Ysadora nasceu, a mãe optou por congelar o cordão umbilical. Todo o procedimento foi feito pelo Sistema Único de Saúde (Sus).
Quando chegou o momento de fazer o transplante de medula, descobriram que os irmãos eram compatíveis para fazer o procedimento. A chance disso acontecer era de apenas 20%, conforme os médicos.
“Depois de três, meses eles me ligaram. O médico demorou uns 10 minutos para ser chamado, mas parecia uma hora. Quando eu ouvi a voz dele, vi que estava emocionado. Ele falou com muita alegria que ela nasceu 100% compatível. Comecei a chorar de alegria! Quando saí na rua parecia que eu flutuava”, contou a mãe.
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